quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Afiando o pedido judicial com a navalha de Occam

O maior desafio para um operador do direito, sem dúvida é conseguir se expressar de modo claro, preciso e acima de tudo econômico.

Não basta se esmerar por uma redação de português correto e ortografia precisa. Mais que isso, o que deverá buscar sempre o operador do direito que decidiu "fazer sucesso", será esforçar-se com persistência para ser o mais sucinto possível.

Sim.

Essa é uma verdade que está se tornando regra geral em nossos dias. Não por preguiça de quem ler como alegam alguns colegas, mas por falta de tempo mesmo.

Para se ter clareza quanto à este ponto analítico da realidade processual de nossos dias, basta verificar as estatisticas do Superior Tribunal de Justiça, o qual só no ano de 2008 teve entrada na distribuição de mais de 354 mil processos. Lembrando que maioria dos processos não chegam ao STJ em Brasília, representando esse número, somente aqueles que precisam ter recurso para revisão de matéria relevante. Como se vê é muito exagerado.

Estou realmente, muito convencido de que os magistrados, promotores e todos os operadores do direito, são muito mais receptivos a pedidos redigidos de forma clara, precisa, sem aquele juridiquês que insiste sobreviver aos tempos modernos, desde que, não lhe falte estar o pedido, devidamente afiado pela navalha de Occam

Occam defende que a própria natureza de todas as coisas é econômica por si própria, e por isso, a resposta para qualquer problema que se nos apresente, sempre apresentará seu resultado mais rápido e preciso, quando surgir da forma simples e natural.

Assim, amigo amante do Direito, aplicate a estudar e conhecer o direito, mas ao buscar manifestá-lo por pedido formal, faço-a sob o fio da Navalha de Occam. Desafie seu próprio conhecimento. Busque sempre simplificar sem perder a qualidade.

A natureza é por si mesma econômica, optando invariavelmente pelo caminho mais simples


William de Ockham ou Guilherme de Occam Século XIV, frade franciscano inglês, filósofo da lógica.

Um comentário:

Rau Ferreira disse...

Caríssimo Dr. Nery;

Escrevi um texto em 09/10 que exprime exatemente essa nossa consternação; chama-se "Quero entender" e está disponível em: http://aesteticadodireito.blogspot.com.
Concordo com Ocean e acho que o direito devia ser menos complicado na sua linguagem.
Visite-me e poderemos trocar mais algumas idéias.

Um forte abraço;

Rau Ferreira
Blog: A Estética do Direito
http://aesteticadodireito.blogspot.com

PS. Seu blog é ÓTIMO e para mim se tornou leitura obrigatória!